terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um livro por dia: O PLANETA ESPELHO



Mais um exemplo do caos total em que a FC sempre se viu mergulhada no mercado editorial portugês é este O PLANETA ESPELHO, oitavo volume da colecção Galáxia da Editorial Verbo. O PLANETA ESPELHO, tradução do original alemão Der Spiegelplanet (1978), é a décima-sétima aventura de Mark Brandis, que faz aqui as vezes de autor e personagem principal (à semelhança do que sucedia com Alan Burt Akers/Kenneth Bulmer na interminável saga de Dray Prescot).

Mark Brandis é na realidade o pseudónimo sob o qual se acolheu o jornalista e autor alemão Nikolai von Michalewsky para assinar as 31 aventuras do personagem com o mesmo nome, primeiro astronauta e piloto de testes, depois piloto de uma nave de socorro num mundo dividido entre a União da Europa, das Américas e da África e as Repúblicas Orientais Unidas (qualquer um destes topónimos deverá soar melhor em alemão) antes de passar a viver aventuras espaciais à laia de Star Trek, como é o caso do presente volume.

Tanto quanto sei, esta é a única aventura de Mark Brandis publicada entre nós, o que obriga o leitor a mergulhar in media res, sem saber nada do que se passou para trás, e sem perspectivas de acompanhamento das futuras aventuras do personagem, se a tanto se sentir inclinado. Mais uma vez fica a sensação de que os nossos editores vão apenas tacteando os gostos do público e a potencialidade das vendas, sem realmente "conhecerem" o género que pretendem explorar - e sem lhe votarem o menor módico de interesse, que não pelo potencial de receitas absolutas.

O PLANETA ESPELHO foi publicado em Maio de 1980, com capa original de José Antunes e ilustrações interiores a preto e branco de Nuno Amorim, que vão do banal descritivo ao conceptual interessante (num próximo post, reproduzirei as minhas preferidas).

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