segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um livro por dia: AS MÁQUINAS DA DESTRUIÇÃO



E agora sim, cá está o histórico número 200 da Colecção Argonauta, apresentado ao público com menor pompa e muito menos circunstância do que o número 200 da Vampiro. Enquanto aquele teve direito a ser acoplado a um volume "extra-colecção" da Argonauta (ESTAÇÃO DE TRÂNSITO de Clifford D. Simak), AS MÁQUINAS DA DESTRUIÇÃO, primeiro volume de uma das séries mais populares da história da FC tem direito a apenas uma INTRODUÇÃO com 18 linhas de texto, que nos assegura que por se tratar do número 200 da Colecção Argonauta "o volume que o constitui foi cuidadosamente seleccionado". E disso não temos dúvidas, pois poucas escolhas poderiam ser melhores para assinalar o início de uma nova centena de títulos de uma colecção de longevidade inigualável.

Publicado originalmente em 1967, Berserker (título original), é uma colectânea de ficção curta que nos introduz às máquinas titulares, engenhos de Von Neumann, programados - como armas bélicas que são - para eliminar toda e qualquer forma de vida. Capazes de se adaptar, redesenhar e "evoluir", estas "máquinas da destruição" prontamente eliminaram os seus próprios criadores, entretendo-se agora a limpar a via láctea de toda e qualquer forma de vida, convertendo-se ao mesmo tempo num dos mais tenazes adversários que a humanidade alguma vez teve que enfrentar. Tenazes não só nas páginas destas histórias, mas na própria longevidade da série que viria a abranger catorze volumes, publicados entre 1967 e 2005 (tantos quanto as séries Fundação, Robôs e Império do Bom Doutor após a unificação).

A contra-capa deste volume memorável, já que não comemorativo, anuncia a publicação de IRMÃO ASSASSINO (Brother Assassin, 1969) como número 201 da Argonauta, que viria a ser publicado, tal como o seu predecessor, nesse histórico ano de 1974 (ou será 1973, como nos assegura José Simões?). No entanto, apesar de a introdução de AS MÁQUINAS DA DESTRUIÇÃO reconhecer que Fred Saberhagen "não é conhecido do público português", e nos assegurar que "o seu estilo é dos mais belos alguma vez surgidos na ficção científica", a Argonauta depressa o esqueceu, abandonando esses dois volumes como órfãos no grande vazio de referências que ela própria, anos mais tarde, também ajudou a criar.

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