segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ASNEIRA


Pois é, para verem que também os grandes tropeçam e, como dizia o célebre Tuco (Elli Wallach) em O Bom, o Mau e o Vilão, quando caem fazem mais barulho. De tal forma que os ecos deste meu trambolhão chegaram a um outro blogue que normalmente não se ocupa destas coisas, mas cujo autor se dignou debruçar do seu pedestal para repor a verdade dos factos. Fê-lo, infelizmente, de forma pouco elegante e aproveitando o erro para ventilar algumas frustrações que o fandom bem lhe conhece e que por isso - se não por mera educação - não vale a pena estar aqui a esmiuçar. Não obstante, o meu agradecimento e a minha vénia, genuinamente extensivas - e com maior força de razão - ao José Simões que ademais de apontar o lapso, contribuiu com alguns detalhes preciosos para quem tem apreciado esta minha série de posts.

O médico bem me dizia para não me por a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois alguma havia de falhar. Cá está ela. O erro é de facto grave, tanto mais que possuo os exemplares em causa da Argonauta e ter-me-ia sido fácil tirá-los da estante - se não tivesse as estantes espalhadas por três espaços físicos distintos e em duas localidades portuguesas. Mas enfim, o que está feito, está feito, e tiremos daqui as lições que interessa tirar: para começar, a confirmação de que o bias é perigoso. Sem qualquer fundamento que não o entusiasmo por um género, nunca me passou pela cabeça que um volume de FC pudesse não ter a primazia: a ideia, inconsciente, era de que o livro policial seria um "bonus" numa colecção de FC, e nunca o oposto. Goes to show... Mas essa "impressão" puramente subjectiva conduziu inconscientemente a escrita do post anterior, servindo para colocar lá "factos" que não o eram e que, além de facilmente verificáveis, iam-me latindo ao ouvido à medida que os passava a escrito, como que querendo avisar-me de que algo não estava bem. Outra lição: nunca actualizem os vossos blogues de uma directa a tentar recuperar atrasos de tradução e de escrita.

Em segundo lugar, a confirmação do caos das nossas edições, caos que se reflecte necessariamente nas fontes de referência, como este blogue ou a Bibliowiki pretendem ser, sem que muitas tal se fique a dever a pura negligência. No entanto, a memória de um entusiasta da FC como o José Simões, mostrou-se mais fiável do que a informação do Blade Runner ou da Bibliowiki.

Bom, lembram-se de quando a Academia Nobel atribuiu o Prémio da Paz a Arafat e o da Literatura a Saramago? Lembram-se de quando o Silverberg assegurava a pés juntos que a escrita de James Tiptree, Jr (Alice Sheldon) era tão masculina que apenas um homem a poderia ter assinado? Pois bem, toda a gente tem direito a uma grande patacoada na vida. Já viram a minha. Aproveitem, que tão cedo não há outra.

PS: I've shamelessly ripped the image for this post from the wonder-blog ARBOGAST ON FILM. Hope he doesn't mind.

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