Depois do último post, não tinha intenção de falar individualmente de O COSMOS DE KICKAHA, terceiro volume da série WORLD OF TIERS de Philip José Farmer, e segundo (e último) publicado pela Galeria Panorama na sua Série Antecipação. No entanto, é impossível resistir à tentação de expor um exemplo tão claro do que ali tinha deixado escrito quanto ao desrespeito pela continuidade dentro de uma mesma série.
Publicado escassos seis meses depois de ARMADILHA CÓSMICA, O COSMOS DE KICKAHA conta agora com tradução de Pires de Carvalho, o que é o suficiente para lançar o caos na continuidade. Assim, e respondendo à infeliz escolha de "deuses" como tradução de "Lords", Carvalho opta por "Senhores", o que sendo mais fiel à intenção original, em nada contribui para uma tradução elegante. No entanto, e de forma perfeitamente arbitrária, o mesmo Carvalho opta por converter o nome de uma das personagens principais - Chryseis - que Tereza Curvelo mantivera intocado do original, em Cheyseis, rompendo desnecessariamente a continuidade patronímica (e permitindo-nos supor que o tradutor não leu o volume anterior).
Sendo Farmer um dos meus autores de eleição - ou seja, daqueles a que volto uma e outra vez a intervalos regulares - é-me pessoalmente penalizador ver uma das suas séries mais curiosas (se bem que longe de ser a melhor, a mais intrincada ou a mais literária) ser assim (mal)tratada por uma colecção que poderia ter feito concorrência à Argonauta durante muitos e longos anos.
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