É uma daquelas notícias que nunca pensamos ouvir. Charles Brown, fundador e editor da revista de referência Locus, era uma daquelas pessoas que não morreriam nunca. Era impensável abrir um dos números da revista que ele soube fazer crescer de umas meras duas páginas dactilografadas até ser o órgão de informação por excelência da ficção científica e do Fantástico em geral, sem ver Charles Brown, sem ler Charles Brown. Charles Brown morreu no Domingo, aos 72 anos de idade, quando regressava da Readercon - e é assim que deve ser. Se temos que morrer, que seja fazendo aquilo que mais amamos.
Não há nada que possa dizer sobre Charles N. Browm que outros não tenham já dito melhor, ou que o seu trabalho não exponha de forma mais eloquente. A sua falta será sentida como a amputação de um órgão importante do corpo da literatura. Ao contrário de muitos que recebem esse encómio, Brown era realmente um dos raros homens de quem se pode dizer que, a partir da sua morte, nada será realmente como dantes.
A revista Locus será certamente o seu maior legado e a sua continuidade - para já assegurada por Liza Groen Trombi (na foto, com Brown) - a melhor homenagem. Afinal, poucos como ele tiveram a capacidade de inspirar tanta gente a fazer um trabalho tão sério e rigoroso como todos os meses podemos apreciar em cada edição. Há homens que transcendem as limitações do humano. Brown foi um deles. E a FC está a ficar cada vez mais rarefeita.
A foto acima pertence a Ellen Datlow.
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