segunda-feira, 20 de julho de 2009

Estes são os rostos...






... que há quarenta anos atrás oficiaram aos ritos de passagem de uma Humanidade que deixava para trás a infância, como muito bem disse o Luís Filipe Silva. São os rostos públicos de uma massa anónima de mais de 400.000 pessoas que directa ou indirectamente estiveram envolvidas em todos os passos do Programa Apollo. São os rostos que todos aprendemos a reconhecer como os heróis do programa espacial Norte Americano. Rostos que não perderam, com o passar do tempo, aquele ar deslumbrante dos heróis da juventude.





Mas que ganharam uma pátina de melancolia que marca o eterno sorriso voltado para um momento único da história colectiva da nossa espécie e das quais foram os protagonistas privilegiados. São rostos de uma felicidade extrema, de uma tristeza incomensurável. Náufragos, como nós, de um Futuro que passou ao largo. Mais do que nós, sentem a bofetada da História que não soube agarrar a mão que lhe estenderam.







Ao longo deste ano que passou, enquanto estive mergulhado na preparação da antologia COM A CABEÇA NA LUA (Saída de Emergência) que este mês chegou às livrarias, sinto que vivi de perto com estes rostos que ocuparam grande parte do meu tempo; que vivi as suas vidas, objecto de tantos e tantos volumes, artigos, reportagens, livros de História. Mas nunca nada me disse tanto sobre eles como ver-lhes os olhos onde ainda brilham as estrelas que as câmaras fotográficas não conseguiram captar, onde para sempre se ergue, luminoso, aquele earthrise que apenas eles, esses doze magníficos, conseguiram ver por sobre a superfície velha e encovada da Lua. São as últimas testemunhas de uma promessa de amanhã que nunca chegou.

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