segunda-feira, 20 de julho de 2009

The Eagle Has Landed



De todos os soundbytes que o Programa Apollo nos legou, das célebres frases de Kennedy às imortais palavras de Armstrong ao pousar o primeiro pé na superfície lunar, passando pela brincadeira de Charles "Pete" Conrad para provar que as palavras de Armstrong foram improvisadas pelo primeiro moonwalker a caminho da Lua, nenhuma é mais rica em significado do que a primeira comunicação do módulo lunar após pousar na superfície da Lua: "Houston, Tranquility Base, here. The Eagle has landed".





Talvez seja do protocolo quasi-militar das comunicações, mas não consigo deixar de sentir a garganta embargada de cada vez que ouço essa frase, pronunciada com enganadora tranquilidade no pico da emoção de uma alunagem bem sucedida que quase terminara mal. O módulo lunar Eagle deixa de ser um veículo de ligação entre o módulo de comando e a Lua, e passa a ser parte de uma base lunar: Tranquility Base. É, para mim, muito mais importante e significativa do que a small step for man.











Há quarenta anos atrás, cumpridos hoje, numa data que nos deixa imagens inesquecíveis, momentos memoráveis e, para aqueles que a experimentaram (não é o meu caso) em directo, memórias que o tempo não consegue apagar, o Homem teve uma primeira base, um primeiro posto avançado num outro corpo celeste que não a Terra. Foi, como não me canso de repetir, o momento mais alto da Humanidade, um instante irrepetível que, provavelmente pela primeira vez - mais ainda do que aquando do V-Day na II Guerra Mundial - uniu a espécie humana num feito comum. Uma das imagens que melhor captura a essência desse concreto momento da história é o sincero suspiro de alívio que Walter Cronkite solta nos estúdios de televisão antes de o seu rosto se romper num sorriso, tornado hoje amargo pela inesperada morte do apresentador dias antes do aniversário desse instante:







Para me juntar às celebrações desse feito único, convidei alguns nomes importantes do nosso pequeno mundo da Literatura Fantástica - dessa Literatura marginal que soube antes que nenhuma outra, prever e antecipar esse momento - paa que escrevessem um pequeno texto sobre o evento, fosse uma memória pessoal, uma nota, uma vinheta ou uma simples frase... Os resultados foram - para mim - surpreendentes e acima das expectativas... Espero que o sejam também para os leitores do Blade Runner. Um muito obrigado a todos que me lêm e, sobretudo, um muito obrigado aos nossos convidados especiais de hoje, cujos textos irei publicando nas próximas horas.

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