quarta-feira, 2 de julho de 2008

Náufrago do futuro


Há qualquer coisa de hipnótico nesta capa; a figura humana, o último astronauta, é quase imperceptível na paisagem. É o foguete cintilante que nos prende o olhar, não o homem. A promessa de um futuro tecnológico que o foguete contém é desmentida pelos clarões nucleares que rompem a superfície da Terra na noite silenciosa do espaço. O foguete é ao mesmo tempo uma ponte e uma jangada, destroços de um naufrágio planetário. A não ser que lhe falte combustível, nada indica que esteja avariado. E esse potencial de perfeito funcionamento serve apenas para realçar ainda mais a irrevogável solidão do astronauta.

4 comentários:

Francisco Norega disse...

Boas!

Achei muito interessante a capa e o texto ;) Estou em pulgas para desenvolveres sobre os vários tipos de pulp ;)

PS: Novo comentário no The Road Ahead sobre o FANTASCOM
http://spaceshipdown.blogspot.com/2008/06/road-ahead.html

Anónimo disse...

Também há quem veja na insistência do imaginário masculino no icónico foguetão, um símbolo fálico, sinal evidente do preponderante machismo chauvinista que impera em toda a ficção científica de pendor hard.

Francisco Carlos Amado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco Carlos Amado disse...
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