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What's Up?
Final de mais um mês atarefado com a papelada que vai ajudando a pagar as contas, onerando porém este blogue com actualizações mais esporádicas. Que se passou entretanto, desde o final do MOTELx?Desde logo, e num único dia (21 de Setembro) tive o prazer de apresentar na FNAC do Colombo o primeiro romance de David Soares, A Conspiração dos Antepassados (Saída de Emergência). A sala esteve composta e a audiência foi-se fixando, captiva do livro e do autor, senão das modestas palavras do apresentador. O Luís Rodrigues captou o momento para a posteridade, de forma que aqueles que não estiveram lá, ou que ainda não tiveram oportunidade de visionar o filme no blogue do David, podem fazê-lo agora.Foi também uma oportunidade de rever o fandom nacional (esteve lá quase todo), e apenas o prólogo para um fim-de-semana irrepreensível que incluiu uma visita à Quinta da Regaleira (um dos cenários da Conspiração) guiada de forma fascinante pelo David Soares; também a oportunidade de provar um delicioso jantar preparado pela Gisela em casa do David, e beber café preprado numa engenhoca que aparece também no livro (fotos da experiência em breve).Oportunidade ainda para pôr a conversa em dia com o Luis Corte-Real (em casa de quem eu a a Carla passamos o fim-de-semana) e ultimar detalhes quanto a duas novelas minhas que a Saida de Emergência vai publicar a partir de 2008.Também no dia 21, o Público distribuiu uma nova edição da colectânea Ficções Científicas e Fantásticas (da Chimpanzé Intelectual), ao preço modesto de € 7.50. Refiro-o com certa ambiguidade, pois a colecção de contos de diversos autores (desde os inevitáveis João Barreiros, Luís Filipe Silva e David Soares aos inesperados Rui Zink, Clara Pinto Correia e Luísa Costa Gomes) não brilha pela qualidade, servindo antes e uma vez mais para demolir as teses daqueles que defendem a inexistência, quer de géneros literários, quer de protocolos de leitura próprios desses géneros. De referir, porém, que o conto de Clara Pinto Correia, por si só, justifica a compra do volume, pois é tão inacreditavelmente mau e negligente que, fosse eu o editor do volume, teria que o encarar como um insulto pessoal (se não queria escrever na área do fantástico, só tinha que o dizer). Posto isto, é uma boa prenda para quem não gosta de FC&F: confirma todos os seus preconceitos, e apresenta poucos pontos favoráveis. Uma vez que afirmações destas exigem sustentação fáctica, esperem por uma crítica mais detalhada num dos próximos domingos.Ainda no dia 21, terminou finalmente o Verão. Como o Outono é estação de Halloween e folhas moribundas, granito húmido e névoas vagabundas, resolvi dedicar as noites de sexta-feira no Blade Runner a revisitar alguns dos Midnight Movies que fizeram do fantástico, do excesso e da violência marcas indeléveis no nosso crescimento. Arrancaremos estas midnight sessions no próximo dia 5 com The Wild Angels (1966), o clássico de Roger Corman que fez de Peter Fonda um ícone da estrada muito antes de Easy Rider (1969).
12 comentários:
Olá João. Espero que essa crítica venha rapidamente para, muito provavelmente, poder contrapor! Desculpe dizer-lhe, mas, como sabe, escrever uma coisa destas precisamente quando um livro está em plena venda e com grande visibilidade num jornal nacional sem qualquer sustentação crítica não me parece muito honroso. Penso também que dar tal ênfase ao texto da Clara Pinto Correia, ( um conto que provavelmente não mereceria especial referência numa crítica global do livro, a não ser pela negativa e ainda assim uma referência insignificante) sem referir nenhum ponto positivo de qualquer outro conto, parece uma linha crítica mais interessada em denegrir ( advinda, talvez, de algum trauma corporativista instalado no seio de alguns fãs de FC e Fantástico, compreensível pela necessidade de reacção aos preconceitos em que estas literaturas estão envoltas, mas que ainda assim gera reacções maniatadas por alguma raiva infantil) do que em esclarecer os leitores. Parece-me justo pedir-lhe que essa crítica venha então muito rapidamente! Colocar um post num blog dizendo mal, sem pexplicar porquê é no mínimo injusto. Mais valia esperar pela crítica e então publicá-la.
Miguel Neto
Não percebo porque é que dizer mal sem explicar é injusto e pouco honroso. Digo isto porque não o vejo exigir uma justificação para os elogios que outras pessoas tecem ao livro.
De resto, a boa imagem de um escritor ou editor só é degradada por respostas públicas às críticas negativas que lhe façam, mesmo que injustas. É uma perda de tempo e é pouco profissional, uma vez que revela hipersensibilidade e fraca tolerância a opiniões contrárias, o que por seu turno denota incapacidade de reconhecer e aprender com os próprios erros. Os comentários gratuitos e infantis ignoram-se --- pelo tom e ausência de fundamento, estes encerram em si a sua óbvia refutação --- os outros aceitam-se recatadamente, e deles se retira o que for possível e aplicável, para que da próxima vez, mesmo que falhe, ao menos falhe melhor.
LUÍS RODRIGUES, AGRADEÇO O SEU INTERESSE POR ESTE ASSUNTO, E, COMO TAL, PASSO a DAR-LHE A MINHA OPINIÃO:
1- DIZER MAL DE UM LIVRO SEM EXPLICAR PORQUÊ É POUCO HONROSO PORQUE NÃO PERMITE A AVALIAÇÃO DA LEGITIMIDADE e validade DA CRÍTICA.
2- É IMPOSSÍVEL APRENDER ALGO COM UMA CRÍTICA QUE APENAS DIZ mal SEM EXPLICAR PORQUÊ.
3- QUANDO SE DIZ BEM DE ALGO, NÃO SE corre o risco de se ver UM PROJECTO arruinado, PELO QUE, TENDO EM CONTA QUE AS REPERCUSSÕES SÓ PODEM SER POSITIVAS, NINGUÉM PERDERIA TEMPO A EXIGIR UMA EXPLICAÇÃO PARA AS MESMAS.
4- JÁ RECEBI algumas CRÍTICAS MÁS ( entre muitas boas) E, , DE RESTO , ACHO MESMO QUE algumas têm certo fundamento, pois nem todos os contos desta antologia têm o mesmo nível, o que é normal numa antologia de inéditos ( na sua maioria), pois temos de estar sempre sujeitos à qualidade dos texto que nos entregam. Seria má educação, no mínimo, dizer à posteriori que não aceitamos o conto. Felizmente, nesta antologia não senti vontade de fazê-lo com nenhum dos contos. Por outro lado, como sabe, em Portugal não há assim tanta gente disponível para escrever dentro destes universos e, muitas vezes, viabilidade não se compadece facilmente com máxima qualidade.
5- NÃO É UMA QUESTÃO DE POUCA TOLERÂNCIA, MAS ANTES UMA RESPOSTA, QUE , ACREDITO, POSSA TER ALGUM VALOR DIDÁCTICO NO QUE RESPEITA A ALGUMA FALTA, AINDA QUE MOMENTÂNEA, DE AVALIAÇÃO DEONTOLÓGICA.
6- CONSIDERO O JOÃO SEIXAS UM EXCELENTE CRÍTICO LITERÁRIO e editor, MAS ACHO QUE CERTA LEVIANDADE BLOGUíSTICA GENERALIZADA ( quero dizer com isto que quase toda a gente faz isto em todo o lado ) NÃO É MUITO POSITIVA. É precisamente por a opinião dele ser bastante respeitada que me parece óbvio ter de justificá.la com todo o cuidado, para que as pessoas não se deixem influenciar sem ter maneira de analisar se desta vez o crítico tem ou não razão.
7- COMO EDITOR, RESPEITAREI SEMPRE A OPINIÃO CRÍTICA DE TODOS, FUNÇAÕ ALIÁS INDISPENSÁVEL PARA SE ATINGIrEM padrões DE QUALIDADE ALTOS, EM QUALqUER ÁREA. Mas sinto obrigação de defender um livro que foi denegrido, sem serema apresentados fundamentos.
8- Numa altura crucial (o livro e o projecto estão a ter alta visibilidade pela questão do jornal Público) em que um projecto novo, numa área de difícil afirmação, que precisa de sangue renovado, ainda que o projecto em si possa ter algumas falhas, lançarem-se opiniões tão fortes, pela negativa, como as do João,sem as contextualizar, não me parece sensato. Mais valia não lançar essa opinião apressadamente e terminar de fazer a crítica.
9-esta é a minha opinião.
Pois é, mas entretanto, um parágrafo que poderia ter passado despercebido por muita gente já mereceu um (longo) post adicional, para não falar na resposta do próprio Miguel Neto que se lhe irá seguir (on the front page, no less!), culminando "um domingo destes" numa crítica que, tudo indica, não só será devastadora como devidamente fundamentada. Junte-se a isto o facto de a atenção gerada incidir de forma pouco abonatória sobre os participantes, principalmente o Miguel, que tenta por todos os meios justificar uma reacção em público que muitos considerariam desnecessária e até pouco digna. Lembro-me de, há coisa de três ou quatro anos, a Anne Rice ter reagido a uma série de comentários negativos que surgiram na Amazon.com, acabando por se tornar alvo da risota geral. Foi pior a emenda do que o soneto.
Convido-o a reler o que eu disse acima sobre a boa imagem do editor e o tempo perdido com estas situações. Há uma razão pela qual não é hábito escritores e editores patrulharem a Internet numa tentativa de mitigar as críticas que lhes são feitas. A razão é a que estamos --- e vamos continuar --- a assistir.
LUÍS QUERO APENAS ESCLARECER QUE A RESPOSTA QUE AFIRMEI PRETENDER DAR ATRAVÉS DE UM POST, SE DEVE A APENAS AO FACTO DE EU TER REPONDIDO, NUM PRIMEIRO PASSO, AO JOÃO, NA 1ª PESSOA E A MAIS NINGUÉM, ATRAVÉS DE UM COMENTÁRIO À CRÍTICA DELE.
ELE É QUE RESOVEU RESPONDER AO MEU COMENTÁRIO NUM LONG POST, DIRIGIDO A TODA AGENTE, COM FOTO E TUDO, BEM ESCARRAPACHADO DE FORMA A QUE QUEM VÁ AO BLOG, QUEIRA OU NÃO QUEIRA, SE TENHA QUE DEPARAR COM ELA.
PERGUNTO-LHE O SEGUINTE: SE O JOÃO ME TIVESSE RESPONDIDO ATRAVÉS DE UM COMENTÁRIO AO MEU COMENTÁRIO, ACHA QUE SE TERIA GERADO TANTA CONFUSÃO? É QUE NESSE CASO SERIA NECESSÉRIO AS PESSOAS IREM AO LINK DOS COMENTÁRIOS DE PROPÓSITO, SE POR ACASO A TEMÁTICA LHES INTERESSASSE! MAS ASSIM, COMO O JOÃO ME REPONDEU, ATRAVÉS DE UM ENORME POST EXPOSTO A TODA A GENTE, É ÓVIO QUE ISTO SE TORNOU MESMO PÚBLICO, NÃO É? AINDA POR CIMA É UM DEBATE INJUSTO, POIS EU APENAS LHE POSSO RESPONDER ATRAVÉS DE COMENTÁRIOS, ERA NESSE SENTIDO, PARA QUE ESTIVESSEMOS DE IGUAL PARA IGUAL, QUE PROPUS AO JOÃO SEIXAS DEIXAR-ME RESPONDER TAMBÉM COM UM POST E JÁ AGORA UMA IMAGEM. MAS ACHO QUE JÁ NÃO VOU FAZÊ-LO. JÁ DISSE O QUE TINHA A DIZER.
De qualquer forma Luís obrigado pelos conselhos que acho sensatos, de resto já recebi várias críticas públicas negativas a outros trabalhos que fiz e nunca senti necessidade nem direito de responder a nenhuma. Enfim...
Caro Miguel,
Não precisa de me explicar o que aconteceu e porque aconteceu: eu tenho lido os posts e os comentários. Apenas voltei a responder para confirmar que não estava errado quando lancei o primeiro aviso a respeito de uma situação que poderia ter sido, senão evitada, pelo menos controlada.
Digo e repito: quando um autor ou editor decide respingar de forma visível contra críticas, seja em jornais, seja em comentários de blogues, seja na porta de uma sentina pública, o resultado é, em 99% dos casos, propiciador de grandes vergonhas.
Conheço perfeitamente a tentação de defender a honra de um projecto no qual se investiu tanto sangue, suor e lágrimas (para não falar no tempo e no dinheiro) face a críticas que, a quente, possam parecer injustas e até cruéis. Tive uma amostra disso com o Fantastic Metropolis; uma amostra pequena, por proporcionalidade ao impacto do magazine, mas mensurável. Contudo, foi também com o Fantastic Metropolis que tive o prazer e a boa sorte de colaborar com pessoas cujas experiências passadas atraíram (e, décadas mais tarde, continuam a atrair) virulentos detractores, mas nem por isso menos racionais e ponderados, pelo que o desenvolvimento de uma pele rija e à prova de fogo foi das primeiras lições que tive de aprender. Nestas situações é realmente preciso comer e calar --- não porque nos é ordenado, mas porque ser a mais sã e produtiva das opções.
Pergunto-lhe eu o seguinte: se o Miguel tivesse registado o seu descontentamento em privado, sem impugnar a objectividade e integridade de um crítico à vista de todos, acha que estaria agora a perder sono com isto? Eu, que sou um mero espectador, durmo descansado, se bem que me entristeça ver uma editora com tanto potencial arrastar-se pelo campo minado de uma discussão absurda do qual não irá, lamentavelmente, sair sem mazelas. Concordo em absoluto que quanto mais depressa isto acabar, melhor --- mas tal não depende de mim, pelo que não adianta explicar-me pela enésima vez a sua opinião, concorde ou não eu com ela (e não concordo, embora, como referi no parágrafo anterior, compreenda o motivo que o levou a responder).
Pelo que me toca, escuso-me de comentar mais, já disse tudo o que tinha a dizer. Além disso, cada comentário para aqui enviado é outro um prego no caixão, e já contribui com mais do que a minha quota-parte de marteladas.
PS: Verifique se a tecla do Caps Lock não está presa ou avariada. As pessoas ainda hão-de pensar que está constantemente aos gritos.
Oops, não tinha visto o seu último comentário, Miguel. Já o tinha referido e, mais uma vez compreendo a situação: é a proverbial "palha que parte o lombo do camelo" (traduzindo literalmente o idioma inglês), ainda para mais vinda de alguém que conhece e de quem não esperava uma crítica tão vocal e negativa. Talvez por conhecer o João Seixas há mais tempo, esta mostra de honestidade não me tenha surpreendido, mas há que admirá-lo precisamente por esse motivo, e não censurá-lo.
Não gosto de elogiar muito as pessoas, porque a inflação que paira sobre os encómios é terrível, mas houvesse mais críticos tão exigentes e frontais quanto o Seixas, mesmo que se discorde dele (e eu nem sempre concordo --- basta o assunto ser Robert Heinlein, por exemplo).
ok luís, agradeço a sua preocupação que me parece genuina, sinceramente. A pessoa embrenha-se e depois é difícil parar, mas estou dispoto a isso. Acredite que nunca senti necessidade de fazer isto, se calhar seria melhor para mim não o ter feito, mas , enfim... Embora saiba bem que isto são terrenos perigosos.
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