quinta-feira, 22 de maio de 2008

É hoje!



Pois é. Salvo um qualquer motivo de força maior (terramoto, paralisia súbita, escassez de bilhetes), daqui a menos de cinco horas as minhas retinas estarão a ser bombardeadas pelas imagens cinematográficas mais esperadas dos últimos dezanove anos.

Foi a 19 de Outubro de 1989 que me sentei no Passos Manuel, no Porto, para ver Indiana Jones and the Last Crusade. É daquelas datas que nos ficam na cabeça. Faz parte daquele enxame de dados triviais que perenemente orbita o interior da mente dos que temos prioridades contrárias ao comum dos mortais.

Lembro-me de ver Raiders of the Lost Ark, duas vezes por dia, durante os quinze dias das férias de Natal desse mesmo ano.

Hoje, estreia finalmente a terceira sequela do filme que melhor soube recriar o espírito dos velhos serials dos anos 1930 a 1950, que alguns de nós tiveram a felicidade de ver na RTP nos idos das décadas de 70 e 80. Os fãs da velha guarda, aguardamos o filme com mixed feelings: a satisfação de podermos ver mais um filme de Indiana Jones e o temor de vermos a franchise seguir o mesmo rumo pretensioso e vácuo de Star Wars.

Há elementos promissores: a época (anos 50) é tão interessante como os anos de entre-guerras dos anteriores filmes; o crânio de cristal, que nos fascinou por intermédio de Arthur Clarke; e o delicioso visual de Cate Blanchett, com aquele ar retro-pulp pseudo-militar que faz as minhas delícias.




É, assim, de dedos cruzados, que vou entrar mais logo no cinema.

Depois de dois meses sem actualizar o Blade Runner, os quais foram preenchidos com a não conclusão de três traduções simultâneas, e com a inconclusão de Zeppelins Sobre Lisboa e A Alma do Louva-a-Deus (não desesperem, estão quase), para além de ter que fazer diariamente pela vida, contava escrever algo mais aprofundado sobre Indy, mas isso significaria atrasar ainda mais os trabalhos pendentes. Aqueles que quiserem algo de mais substancial, podem deliciar-se com o Indiana Jones Blog-a-thon promovido pelo blogue Cerebral Mastication. Quanto a mim, prometo nos próximos dias actualizar o blogue com alguns textos sobre este tema.

2008 promete ser o ano do renascer do Pulp, e o próximo número da revista BANG! (#5, Julho 2008), cujo número mais recente chegou ontem às bancas e que pode ser descarregada gratuitamente aqui, vai inaugurar esse novo ciclo do fantástico nacional. Assim, e à medida que os vários compromissos que me têm mantido de dedos colados ao teclado se forem cumprindo, contem com vários textos deste vosso servidor referentes a esse fenómeno. Revisitaremos alguns dos velhos seriados cinematográficos e televisivos, vamos analisar algumas das mais recentes antologias de retro-pulp e neo-pulp e explorar alguns dos filmes que surgiram no rasto da original trilogia de Indiana Jones.

Portanto, mantenham-se atentos e, sobretudo... pacientes.

2 comentários:

Francisco Norega disse...

Fico feliz que tenhas actualizado o blog ;)
Acho que não apanhei este blog ainda no activo, mas desde que soube que eras o tradutor do Filhos de Anansi, do meu escritor preferido, que estás no meu blogroll ;)
Ainda não li nada teu, mas vou fazê-lo entretanto (tenho aqui a bang! nº 1, com o teu artigo pronto a ser lido =P). Claro, sem falar no blog.

Quanto às traduções, os meus pêsames. Vê lá é se o "Zeppelins Sobre Lisboa" fica pronto para o próximo número, que eu estou curioso ;-P

Barreiros disse...

já fui ver o Indiana Jones. Após uma meia hora Ok, com uma bomba atómica a explodir sobre o deserto do Nevada e a desintegrar a cidade cheia de manequins, o nosso Indiana safa-se ao big bang escondido no interior de um frigorífico...E a partir daí a treta cresce em nível exponencial com mais buracos no argumento que sei lá o quê. E os duplos do Harrison Ford são estrelas...Depois são civilizações desaparecidas com paredes de pedra a abrirem-se e uma mão cheia de alienígenas de cristal que dizem trazer novos conhecimentos à humanidade mas que acabam de escaqueirar o cenário inteirinho...comme d'abitude...Como diria o velho bardo: Nothing new under the sun...
Nem sequer a 2ª parte do Triptico nem os Zepelins sobre Lisboa ainda tiveram o direito de existir...