Faleceu ontem, num hospital em Málaga, o mais prolífico realizador Europeu de sempre. Com mais de 190 filmes no seu currículo, sem contar as inúmeras versões de muitos deles, e uma ligação muito especial a Portugal, onde veio buscar cenários fantásticos (nos dois sentidos do termo) para muitos dos seus filmes, Franco foi um realizador literalmente único. O seu olhar, filtrado pela câmara, foi capaz de dotar o mundo e as suas personagens de uma dimensão que poucos de nós poderiam perceber sem ajuda. Despreazado pela crítica durante a maior parte da sua carreira, apenas recentemente, com a recuperação das suas obras em magníficos DVD e BD, viu reconhecida uma parca fatia do seu incomensurábvel mérito.Franco é uma daquelas forças ocultas que modelam indelevelmente a realidade e a história da imaginação, com uma influência que vai muito além da sua multivariegada obra. A marca da sua imaginação, que abordou todos os géneros possíveis e imagináveis, e que nos legou personagens inesquecíveis como o Dr. Orloff ou o detective Al Pereira, é visível na obra de centenas de outros criadores que reconhecem agradecidos a sua influência benigna.
Franco morreu poucos dias após a estreia do seu último filme AL PEREIRA VS THE ALLIGATOR LADIES (2013), estreado a 22 de Março, e a pouco mais de um mês de cumprir 83 anos. Desde há quase uma década que devoro avidamente os seus filmes, que como todos os que os conhecem bem sabem, vão do sublime ao banal. Quis o destino que o Maestro morresse no preciso dia em que recebi uma das ansiadas embalagens da Amazon trazendo três dos seus filmes (CECILIA, LORNA L'EXORCISTE e LA CONTESSE PERVERSE). O vazio que se abriu no mundo do cinema Fantástico será muito difícil de colmatar.
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