domingo, 26 de abril de 2009

O Futuro foi ontem...



Houve um breve período histórico, um verdadeiro piscar de olhos na escala cósmica das coisas, em que foi possível apontar o dedo ao Futuro. Durante esse período - uma escassa década, transplantada do século XXI para o século XX, nas palavras de um dos 12 Moonwalkers - o Futuro foi tão palpável quão efémero. Na verdade, e à medida que esse momento se afasta no correr imparável do tempo, cada vez se vai assemelhando mais a um delírio colectivo, uma alucinação lisérgica, uma construção fraudulenta.












Num momento em que a imaginação se fecha sobre si mesma, é quase impossível crer que houve um instante onde era possível olhar para o céu e aguardar pelo erguer luminoso e ribombante de uma nave espacial. Um instante, onde as mais fabulosas fabulosas propostas da ficção científica, foram verdade. Um instante onde era possível confrontar o futuro um pouco por toda a parte. O futuro, porém, já passou. O tempo devolveu-o àquele mais vasto futuro que se aninha numa caixa com o gato de Schrodinger, uma mera probabilidade, cada vez mais incerta, cada vez mais distante. O futuro existiu num passado que já não volta. O futuro foi ontem...

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