sábado, 22 de novembro de 2008

Um livro por dia: OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA



Há precisamente 45 anos atrás, JFK morria em Dallas, no Texas, com o encéfalo desfeito por uma bala disparada de uma Mannlicher-Carcano por Lee Harvey Oswald. A morte súbita e brutal permitiu-lhe tornar-se um mito americano, para sempre ligado às promessas de uma era, ela própria, quase mítica. Goste-se ou não de JFK, ele foi um dos presidentes americanos que, para bem e para mal - como Reagan, como George W. Bush - fizeram seus um mundo e uma época. No dourado da lenda, muitos passarão por alto o papel de Kennedy na Invasão da Baía dos Porcos, no despoletar da Guerra do Vietnam, ou na ligação à Máfia americana. No entanto, seu pulso de ferro na gestão da Crise dos Mísseis de Outubro de 1962, foi determinante para a História e - pelas imúmeras obras que esse momento inspirou - para a FC e para a cultura popular.

No entanto, acima de qualquer outro memorial, devemos-lhe a determinação de levar a humanidade à Lua, de lhe ter oferecido aquela esfera celeste que todos os amantes prometem... not because it was easy, but because it was hard. A Kenneedy devemos a determinação de tornar a FC realidade, de abrir um novo horizonte cheio de expectatitvas, e de alargar efectivamente o lebensraum da raça humana.

Nesse ambicioso projecto, o nome de Kennedy será sempre apareado com o de Wernher von Braun, o proverbial "rocket scientist", pai da V-2 e do Saturn V e, finalmente, do Projecto Apollo. Em 1958, von Braun publicou uma brever novela entitulada First Men to the Moon, uma narrativa profusamente ilustrada que descreve o primeiro voo de um foguetão tripulado até à Lua.

Pode-se dizer que é a epítome de uma FC que já não existe: hard-sf, escrita por um cientista, especialista na sua área.

Em 1966, a Livraria Betrand publicava em Portugal uma tradução dessa obra com o título OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA, precedido de uma interessante entrevista (16 páginas) com von Braun efectuada em 1960 no famoso Redstone Arsenal em Huntsville, Alabama. O volume reproduz as fabulosas ilustrações do original, incluindo as duas páginas desdobráveis com a representação da atmosfera terrestre e do sistema solar. Misturando FC e ciência de ponta, o livro torna-se um estranho objecto editorial, tendo a Bertrand optado por trocar as voltas aos entusiastas da ficção científica ao incluir o volume na sua colecção Documentos de Todos os Tempos, entre O Mundo do Silêncio de Cousteau e Dumas e O Despertar dos Mágicos de Pauwels e Bergier (referido na contracapa como A Alvorada dos Mágicos).

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