tag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post9149878331397407170..comments2023-10-02T09:32:38.140+01:00Comments on Blade Runner: A FC e as suas AudiênciasJoão Seixashttp://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-39086271653334035742010-04-20T23:06:54.125+01:002010-04-20T23:06:54.125+01:00João,
eu posso utilizar – e utilizo mesmo – o fac...João,<br /><br />eu posso utilizar – e utilizo mesmo – o facto de o «Espíritos das Luzes» ter sido publicado pela Gailivro «pós-aquisição-pela-LeYa» como confirmação de alteração da sua linha editorial... porque foi isso mesmo que aconteceu. Antes, a editora dava uma grande, talvez a principal, prioridade, ao livro escolar e à literatura infanto-juvenil (aqui com forte pendor para a fantasia, mas não só). Com a entrada do Pedro Reisinho, a FC & F mais «adulta» começa a ter uma preponderância cada vez maior, e o meu livro – que não é nada, nada «infanto-juvenil», aliás é para «maiores de 18» - constitui uma das primeiras demonstrações dessa nova orientação. Nova orientação essa que, de resto, me foi confirmada pelo Pedro, de «viva voz», numa das nossas primeiras conversas. E, mesmo que ele nada me tivesse dito a esse respeito, tal seria – e é – passível de confirmação.<br /><br />Agora, ainda quanto à Stephenie Meyer... eu pouco mais tenho para dizer contra uma opinião (e uma teimosia...) tua (e de outros, reconheço...) que me parece exagerada e desproporcionada. Ainda não a li, mas nisto eu confio, mais do que nos milhões de pessoas que compraram e leram os livros dela, na minha esposa e na minha filha mais velha, que também o fizeram. Alguns dos comentários delas: «bastante aceitável», «empolgante», «bem escrito», «interessante», «bom sentido de humor». Elas reconhecem que, por exemplo, a J. K. Rowling é melhor... mas nem por isso concordam, longe disso, que a Meyer é assim tão má, do «piorzinho», de uma «qualidade rasteira».<br />Volto a dizer-te o que já te disse: tens talento, demasiado talento, para o desperdiçares em sucessivas diatribes contra a Stephenie Meyer e a Gailivro/LeYa. E apesar de apreciar o crítico – a quem reconheço evidentes, e consideráveis, conhecimento dos assuntos e capacidade de argumentação, embora por vezes (como agora) possa discordar – prefiro o criador: gostaria mais de estar a ler «A Alma do Louva-a-Deus» ou «Zeppelins Sobre Lisboa» em vez de estar a debater a edição de FC & F em Portugal.<br /><br />Finalmente, quanto ao «Ar» e ao «Brasi(y)l»... tu não estás em posição de saber, e de dizer, se a edição destes livros vai ou não ter «consequências». Sim, foram publicados há dois anos... e depois? Neste âmbito as apostas têm «prazos de validade»? Acaso a Gailivro te garantiu que não vai voltar a publicar Geoff Ryman e Ian McDonald? ;-)) <br /> <br />Abraço!OCTÁVIO DOS SANTOShttps://www.blogger.com/profile/04030899519489666237noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-35836038465308808322010-04-20T15:00:45.780+01:002010-04-20T15:00:45.780+01:00António,
É sempre um enorme prazer tê-lo a coment...António,<br /><br />É sempre um enorme prazer tê-lo a comentar no neu blogue. Tal como o Nuno, agradeço a interessantíssima achega. <br /><br />Já agora, há um outro dado que não tem sido equacionado na nossa cnversa, embora o Nuno se tenha referido a ela num dos seus textos: a questão da eficácia da distribuição e a forma como os livros chegam aos leitores.<br /><br />Ainda sem sair do âmbito da Caminho, a verdade é que é difícil encontrar o TERRARIUM à venda onde quer que seja, pelo menos em grandes quantidades. O João Barreiros disse-me em conversa (e creio que também já publicou essa informação em várias das suas intervenções em fóruns e mailing lists) que as informações que a Caminho lhe presta vão no sentido que depois dos 700 exemplares o livro não teria vendido mais.<br /><br />No entanto, quando estive em Macau em 2003, entrei numa livraria que, sem exagero, tinha lá uma boa meia-centena de exemplares (se não mais) formando uma parede azul sob umas das prateleiras ao fundo das estantes. Também havia outros exemplares da colecção azul, mas não tantos como os do Terrarium.<br /><br />Enfim, coisas que não se conseguem perceber...João Seixashttps://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-28943547618584557102010-04-20T14:55:21.615+01:002010-04-20T14:55:21.615+01:00Caros Ricardo e Regina,
Obrigado pelo contributo ...Caros Ricardo e Regina,<br /><br />Obrigado pelo contributo pessoal que, embora não possa ser extrapolado para uma generalização, acaba por ser uma confirmação dos pontos que referi no texto, nomeadamente uma deslocação de alguns dos consumidores de FC para o mercado original.<br /><br />Nesse ponto a minha própria experiência ecoa de muito perto a do Ricardo, embora, por força da minha colaboração na OML, tenha lido nestes últimos cinco anos, uma boa centena de títulos traduzidos que, doutra forma, não teria lido (embora pudesse naturalmente ler outros).João Seixashttps://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-2447526567784627872010-04-20T12:29:08.250+01:002010-04-20T12:29:08.250+01:00Octávio,
Levantas quatro questões neste teu mais ...Octávio,<br /><br />Levantas quatro questões neste teu mais recente comentário, as quais quero desde já esclarecer.<br /><br />1) Dizes que o processo de aprovação do teu livro demorou meses e que foi iniciado antes da aquisição pela LeYa. Muito bem. Tudo perfeitamente normal. Mas uma vez que o teu livro não foi rejeitado antes da aquisição, não podes usar esse facto como confirmação de alterações na linha editorial. <br /><br />2)Quanto à questão Stephenie Meyer, sim, ela é assim tão má. Do piorzinho. Como tive oportunidade de comprovar quando a OML me pediu um artigo, quando tinham saído apenas os dois primeiros volumes, sobre o fenómeno que tinha destronado a Rowling dos tops no New York Times. Não só comprovei a qualidade rasteira daquilo, como desmistifiquei o golpe publicitário que foi aquela afirmação. Não tenho motivos para duvidar, nem de tim nem do Pedro Reisinho quando me dizem que a Meyer foi escolhida quando ainda não era o sucesso que hoje se sabe. Nada disso lhe confere qualidade, nem retira a péssima escolha editorial que foi (embora excelente do ponto de vista financeiro).<br /><br />3) Contra toda a moda dos vampiros de imitação já me pronunciei uma e outra vez, aqui no blogue, na OML, quando participei no debate sobre essa literatura com o Davis Soares e o Rui Baptista aquando da publicação do ESTIRPE e em praticamente todas as intervenções que faço. Mas daí a dizer que Charlaine Harris é tão má como a Meyer é como dizer que o Robert Jordan é tão mau como Filipe Faria. Não é. Harris e Jordan estão longe do top de qualidade, mas são escritores competentes, com um módico de originalidade e com ideias. Tudo aquilo que a Meyer não é.<br /><br />Quanto à MARCADA, a que mais se aproxima por baixo da Meyer, já causei alguma fricção na SdE (como penso que a Safaa te pode confirmar) por ter dito que a publicação da Marcada na colecção BANG! desacreditava TODA a colecção.<br /><br />4) Digo que a aposta no BRASYL e no AR é inconsequente porque, como se viu, não teve consequências. Não voltamos a encontrar nenhum livro desses autores na coleccção 1001 Mundos. Ora, se se lançam dois autores de grande qualidade, com obras de referência e com boa recepção crítica nacional e internacional (cheguei a indicar o BRASYL como um dos livros do ano) espera-se que seja como iscos destinados a captar leitores para esses autores e para esse tipo de obras. Quando se atira com elas a ver "se pega", e se continua a apostar em obras inconsequentes, destinadas ao público infantil(izado), então é uma aposta inconsequente.<br /><br />Abraços,<br /><br />SeixasJoão Seixashttps://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-40859879757202768212010-04-20T00:50:28.064+01:002010-04-20T00:50:28.064+01:00Um excelente contributo António! Pela minha parte,...Um excelente contributo António! Pela minha parte, agradeço o input, que vai muito no sentido daquilo que eu pensava.<br /><br />Um abraço.n.fonsecahttps://www.blogger.com/profile/13021245567226671207noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-66422546889944912102010-04-19T19:37:38.384+01:002010-04-19T19:37:38.384+01:00Olá João! Tenho acompanhado as vossas reflexões so...Olá João! Tenho acompanhado as vossas reflexões sobre os mistérios da maior ou menor apetência por parte do público e das editoras em relação à FC&F, e dou-vos os parabéns pela assaz instrutiva «discussão». (Estou a referir-me, sobretudo, não só aos textos do João Seixas mas também aos da Safaa Dib, do Nuno Fonseca e do Rogério Ribeiro, entre outros participantes). Aliás a minha é uma mera intervenção pontual, apenas para tentar responder à pergunta do João:<br />«Ora, quer o Luís Filipe Silva, quer o António de Macedo, publicaram livros na Caminho antes e depois da transformação do formato bolso para o formato estante, com o concomitante aumento de preço dos (então) cerca de 350$00 para os 1.000$00 (o triplo do preço, uma medida já então fortemente criticada pelo Pedro Foyos em crónica no DN). Das conversas que tive com eles, não me recordo de as vendas terem sofrido uma quebra significativa (e se eles lerem este post, agradecia a confirmação ou a refutação deste facto), pelo que não terá sido essa a razão de afastamento dos leitores.»<br />Bom, na parte que me toca, e das várias conversas que tive, quer com o Belmiro Guimarães, antigo director das colecções de FC e policial da Caminho, e entusiasta incentivador dos respectivos prémios, quer com a direcção da editora, sobretudo depois da aposentação por doença do Belmiro (o que criou um lamentável vazio, porque ele era a alma da FC na Caminho), devo dizer que fiquei um tanto ou quanto desnorteado no referente às vendas dos meus livros (publiquei ao todo sete na Caminho, dois na colecção de FC e cinco na colecção Campo da Palavra, não por decisão minha, mas da editora, não me perguntem porquê). Nunca consegui saber com rigor quantos exemplares teriam sido vendidos, dos meus livros. O Belmiro era bastante optimista e num dos casos até considerou que o respectivo livro estava esgotado; mais tarde, falando com o director, Zeferino Coelho, ele referiu-me os dados contabilísticos e afinal os livros não tinham vendido, em média, mais de 400 ou 500. E isto tanto nos tempos do formato-bolso como depois no formato-estante, donde suspeito — pelo menos no meu caso — que a diferença ou não existiu, ou foi mínima, e nem sequer entro no terreno escorregadio de tentar descodificar quem estaria mais perto da verdade, se o contacto directo do Belmiro Guimarães com os meandros da editora onde trabalhava num nível superior, se os misteriosos dados contabilísticos fornecidos pela direcção.<br />Deixo à vossa consideração extrair pertinentes ilações deste fenómeno!<br />Grande abraço e parabéns pelo debate<br />MacedoAntonio de Macedohttps://www.blogger.com/profile/11022531471355218560noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-17686964809539767642010-04-19T13:01:31.696+01:002010-04-19T13:01:31.696+01:00Bom, com todo o "barulho" suscitado em v...Bom, com todo o "barulho" suscitado em várias frentes em torno deste assunto, vou, à semelhança do Ricardo, dar o meu ponto de vista estritamente de leitora FC: também eu tenho gavetas cheias de Argonautas e da colecção FC dos livros de bolso da EA. Comprei-os por gostar e por algo muito importante: o preço. De vez em quando lá aparecia um ou outro volume "dos maiorzinhos" que me interessava e comprava-o, se bem que só o fazia em casos muito específicos - nomeadamente de autores que no formato bolso já me tivessem cativado.<br /><br />Durante muito tempo foi assim porque o orçamento de um estudante tende sempre a ser reduzido. Depois continuou a ser assim porque o acréscimo de rendimento acompanhou o acréscimo de despesa... e gastar meia dúzia de contos todos os meses em livros era impensável.<br />Em Cascais ia frequentemente à Lyon, livraria da EA onde os títulos de FC estavam num cantinho e iam rareando. Novidades? Poucas. Tinha que pedir para mandarem vir as segundas partes de vários livros que tinham optado por dividir em dois. Imaginem Pern ou Helliconia com volumes em falta pelo meio...<br />Há algum tempo, a Lyon fechou. Assim, tenho que me deslocar ao centro comercial mais próximo para ter sequer algum tipo de escolha, porque as livrarias tradicionais... enfim.<br /><br />Hoje em dia? Continuo a comprar as Argonautas isoladas que aparecem nas feiras do livro dos hipermercados e que já mencionei num comentário anterior - o dinheiro continua a não crescer nas árvores e parte dele é gasto em outro tipo de livros... esses, sendo necessários em termos escolares, não deixam de ter preços algo elevados e fazer uma bela mossa no orçamento familiar.<br />Por isso, volto ao mesmo: livros de FC, que em termos familiares são apenas para <i>meu</i> consumo, ficam para segundo plano e opto pelos formatos de bolso, muito mais baratos. Isso inclui a secção da literatura estrangeira na Fnac, que visito - com menos frequência do que gostaria - à procura da continuação de um título do James Patterson que ainda não encontrei por lá.<br /><br />Hardcovers? Só nos Natais e quando o Rei faz anos - ou, neste caso, e com toda a propriedade, a Rainha...<br /><br />Regina CatarinoXRhttps://www.blogger.com/profile/05190576728153976884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-30901128926999447762010-04-19T08:27:50.898+01:002010-04-19T08:27:50.898+01:00Já nestes posts por várias vezes li referências a ...Já nestes posts por várias vezes li referências a um exército latente de leitores. Esse dito exército ninguém sabe bem onde pára. Ora como penso ter em tempos pertencido às hostes do dito cujo quero deixar aqui a minha confisão.<br /><br />Cheguei tarde à colecão Argonauta. Seria 1978/79 o ano emqu comprei o primeiro exemplar, Exiladosa Terra de Ben Bova. Ainda assim com algum esforço financeiro - afinal de contas era um puto de 10 anos - fui, ao poucos e poucos, comprando a colecão em alfarrabistas até que no na segunda metade da década de 80 já possuía cerca de 400 números da Argonauta, a totalidade da coleção da EA, quase todos da Nebula, todos da Caminho e imensos outros avulso. E todos lidos! E era um dos maiores prazeres que tinha entrar semanalmente na Livraria Portugal ali ao Carmo para ver se tinham já saído outro «argonauta» ou outro «europa-américa». Mas... não saíam. A regularidade foi-se perdendo e um belo dia, nos Restauradores comprei o meu primeiro paperback - da série Skylark de E.E. Smith, para os curiosos - e abriram-se novos mundos à minha imaginação. Depressa percebi que entre as traduções que durante anos tinha lido e a verdade original havia um enorme fosso. A gota-de-água foi a tradução de A Zona Morta de Stephen King pela Livros do Brasil que de tão má arruinava por completo o livro. Assim, e no espaço de dois anos desertei! Para trás deixei as publicações traduzidas portuguesas. Pior! Quando passei a deixar de estar dependente dos importadores graças a uma pequena start-up chamada Amazon o meu nível de compras aumentou exponencialmente. Claro que por essa altura já tinha algum maior desafogo financeiro que assim o permitia mas a verdade é que o mercado nacional ficou para trás graças duma falta de profissionalismo, qualidade e pertinência actual que pura e simplesmente jamais parecerem lograr conseguir, salvo pontuais exemplos.<br /><br />Hoje em dia só esporadicamente compro um livro de FC traduzido e na maior parte das vezes apenas para tentar incentivar o meu filho a lê-lo. Se bem que mesmo ele já o vá pondo a ler em inglês. No entanto compro todos os livros de autores nacionais e mais houvesse mais compraria.<br /><br />Ou seja desertei do exército nacional mas alistei-me no internacional onde ainda hoje e graças a essa maravilha que se chama internet, compro todos os livros que me interessam (e bastantes que não me interessam, também). Compraria traduções acaso as editoras apostassem em novos formatos, novas capas, traduções mais esmeradas? Provavelmente sim, mas eu disponho de conforto financeiro suficiente para manter várias bocas ao mesmo tempo no entanto nem todos os consumidores estarão dispostos a pagar duplamente pelo mesmo «produto».Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-22787860488594231142010-04-19T03:56:17.566+01:002010-04-19T03:56:17.566+01:00Adicionalmente, teremos de ver como continuam as a...Adicionalmente, teremos de ver como continuam as apostas da Gailivro em relação a FC para ver se a sua postura comercial quanto ao género é favorável ou perniciosa. Penso ser ainda cedo para retoirar conclusões, com tão poucos títulos à venda. Nestes fenómenos, contam mais os esforços continuados e quase todas as colecções que por cá houve começaram de forma atabalhoada. A ver vamos. Por mim, a procissão vai no adro.n.fonsecahttps://www.blogger.com/profile/13021245567226671207noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-53340119399506451702010-04-19T03:52:37.378+01:002010-04-19T03:52:37.378+01:00Olá João, again, outra referência em post próprio ...Olá João, again, outra referência em post próprio no meu blog em:<br />http://innerspace22.spaces.live.com/blog/cns!C501FF0073089D1C!1220.entry<br /><br />Numa coisa fundamental, como aqui dizes, concordamos: no amor ao género. E também que não há um panorama de publicação dsejável ou aceitável entre nós. O resto é o resto. E nem sempre somos meigos quer entre nós, quer com os que produzem mal ou bem o que vão sendo as nossas obras.<br />O Octávio tem razão quando se queixa que pouco se fala do livro dele e eu, como quase todos somos um pouco culpados disso.<br />Por outro lado, esta confusão entre Fantástico e FC é perniciosa para a FC, mas por enquanto não há volta a dar-lhe.<br />A estratégia visual mais atractiva que o Rogério advoga também é um dos passos que muitos de nós sempre achámos inevitável. E é verdade que a LdA contribui para melhorar o panorama geral, se bem que não na FC... no fundo, o que eu penso é que enquanto não houver mais capas "adultas" e descoladas do que se faz lá fora, não poderemos ver e aproveitar melhores captações do público cá dentro. Parece-me óbvio.n.fonsecahttps://www.blogger.com/profile/13021245567226671207noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-27054957556148783632010-04-19T01:32:24.384+01:002010-04-19T01:32:24.384+01:00Não, João, deduziste mal: a Gailivro não recusou –...Não, João, deduziste mal: a Gailivro não recusou – nunca recusou – o «Espíritos das Luzes». O que aconteceu – o que eu quis dizer – foi que quando enviei o livro para lá a editora ainda não tinha sido adquirida pela LeYa, e que quando recebi a resposta (positiva), a Gailivro já estava integrada na LeYa. Por outras palavras, a publicação do «Espíritos...» foi aprovada porque a LeYa tomou conta da Gailivro, porque o Pedro Reisinho se tornou director editorial da Gailivro por indicação da LeYa... enfim, porque foi o Pedro Reisinho que decidiu publicar o «Espíritos...» Toda a transição levou muitos meses, durante os quais eu esperei... mas que, como se viu, valeu a pena.<br /><br />(Quem, sim, rejeitou o «Espíritos...», foram, entre outras, a Presença e a Saída de Emergência.)<br /><br />E foi também uma decisão do Pedro a publicação – a aposta – na Stephenie Meyer, quando ela ainda não era (muito) conhecida, não só em Portugal como até nos EUA. E surpreende-me que tu continues a perder tanto tempo, e caracteres, a invectivar aquela autora (e quem a edita). Ela é mesmo assim tão má? Já não te vejo, por exemplo, a tomar uma atitude semelhante para com a Charlaine Harris (que já teve direito, não a caixas metálicas, mas sim a três «packs», dois dos quais com «t-shirts») e as Cast. Já contaste o número de volumes destas outras «escritoras de vampiros»? Consideras, portanto, que elas são superiores à Meyer? <br /><br />E em que te baseias para afirmares que a publicação do «Ar» e do «Brasi(y)l» são «apostas sem consequência»?OCTÁVIO DOS SANTOShttps://www.blogger.com/profile/04030899519489666237noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-77211154667527480312010-04-18T23:52:09.528+01:002010-04-18T23:52:09.528+01:00Rogério,
Como bem sabes, a tua opinião tem sempre...Rogério,<br /><br />Como bem sabes, a tua opinião tem sempre valor, até pela actividade e conhecimento do género que tens exercido e adquirido enquanto foste editor de fanzines e revistas e co-organizador do FF.<br /><br />No teu comentário referes duas questões bastante importantes e que se vires bem, não vão contra aquilo que eu aqui afirmei:<br /><br />"Julgo que o antigo público da Argonauta existe, apesar de afastado do género por achar que já não se escreve a FC de Asimov, Clarke, Heinlein, etc. E enquanto não surgir uma nova space opera, vendida assumidamente como herdeira da golden age, duvido que sejam recuperados à leitura do género."<br /><br />Essa premissa era uma que eu gostava de ver confirmada, a de que existe um "exército" latente de leitores que aguardam apenas a publicação do livro certo para entrar em marcha e reclamar a supremacia do género que tanto nos entusiasma. Mas não vejo indícios disso. E porquê?<br /><br />Antes de mais, porque mesmo as edições de livros que de certa forma se aproximam do modelo da Golden Age, não vendem mais do que as outras: mesmo a antologia da Lua que eu organizei no ano passado, e que teve uma recepção unanimememente positiva, apesar de ter vendido bastante mais do a média referida nos meus posts, ficou aquém daquilo que seria de esperar de uma edição comentada, comemorativa de um feito histórico e, consequentemente, com apelo a leitores de fora do género. E não só incluía contos de autores da Golden Age, como incluía contos dos autores que citas: Heinlein, Clarke e Asimov.<br /><br />Por outro lado, se há um autor de grande sucesso além fronteiras e que se aproxima bastante do modelo de Heinlein é o Peter F. Hamilton. Onde estava esse exército de leitores quando a Livros do Brasil deixou a primeira trilogia a menos de metade?<br /><br />Esse mesmo exército de leitores que parece ter debandado da colecção Argonauta e da Colecção Nébula, apesar de esta última ter subitamente começado a publicar os trabalhos mais recentes de Joe Haldeman, outro dos grandes e assumido herdeiro de Heinlein.<br /><br />Referes também a falta de uma estratégia visual atractiva. Com isso até concordo. E no entanto, com a parcialidade que tal referência envolve, penso que as capas da Livros de Areia se têm distingido nesse aspecto,e no entanto...<br /><br />Também o exemplo da Saída de Emergência é variegado, com capas susceptíveis de apelar a várias camadas de leitores: AS FOGUEIRAS DE DEUS, O DILEMA DE SHAKESPEARE e o LEONARDO do McAuley aos apreciadores de Romace Histórico, COM A CABEÇA NA LUA aos apreciadores do pulp, o mais recente FORÇAS DE MERCADO aos apreciadores de thrillers de acção, e no entanto....<br /><br />Idem aspas na Gailivro que, recentemente tem apresentado capas bastante mais apelativas, a começar pela do ESPÍRITOS DAS LUZES (e esqueçamos a debacle do BONHOMME), e no entanto...<br /><br />Já no que toca à Fantasia, com toda a sinceridade, e com excepção da SdE que vai recorrendo a ilustrações das edições originais, parecem-me todas de uma mesmidade angustiante (quem é que tem paciência para mais um tipo vestido de monge numa floresta coberta de neblina?).<br /><br />E, já que estou com a mão na massa, aproveito para deixar um pequeno desabafo: quando afirmo a inevitabilidade da crise da FC no curto-médio prazo, não o faço com nenhuma espécie de prazer mórbido. Se há alguém que tinha todo o interesse em ver a FC ressurgir e afirmar-se como um género de sucesso era eu (e atenção, a FC genuina, não os arremedos de fraca imitação com que os nossos leitores de Fantástico se parecem contentar no campo da Fantasia e dos Vampiros Desdentados), quer como crítico, quer como editor, quer como autor.<br /><br />Enfim, e como diria o Barreiros, tristes tristezas...João Seixashttps://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-51014130628380747852010-04-18T23:33:14.542+01:002010-04-18T23:33:14.542+01:00Caro Octávio,
Lendo o(s) meu(s) post(s), parece-...Caro Octávio, <br /><br />Lendo o(s) meu(s) post(s), parece-me claro que eu digo, e repito, uma e outra vez, que não são os dois ou três bons livros por ano que as nossas editoras publiquem que traduzem uma aposta na boa FC. Da lista que apresentas, o livro do Scalzi está longe, muito longe de ser um bom livro de boa FC, tal como sucede com o Infecção e a Invenção. Há um claro valor de aposta na publicação do Telmo Marçal, duas excelentes apostas no BRASYL e no AIR, mas, como a sua própria publicação demonstra, são apostas sem consequência. Conta o número de volumes da Stephenie Meyer que já foram publicados e o espaçamento da sua publicação. Conta o número de versões desses mesmos volumes que a Gailivro deu à estampa. Conta o número de acessórios que a Gailivro pôs à venda (desde caixas metálicas a adaptações em graphic novel) desse mesmo universo ficcional.<br /><br />Agora conta quantos livros do Ian Watson e do Geoff Ryman a Gailivro publicou desde o BRASYL e o AIR.<br /><br />E agora diz-me, honestamente, que a Gailivro aposta na promoção da boa FC.<br /><br />Dizes-me ainda que enviaste o teu livro à Gailivro antes de ela ser LeYa; deduzo que com isso queiras dizer que ele foi recusado antes e publicado depois...<br /><br />Octávio, sinceramente, isso não é coisa que se diga com o curriculo da 1001 Mundos.<br /><br />Não leves a mal não me ter referido ainda ao Espírito das Luzes aqui no BLADE RUNNER, mas, sendo objectivo, reconhecerás que desde que ele saíu são muito poucos os livros que tenho tido tempo de abordar aqui. Não se trata de menosprezar ou ignorar. Trata-se mesmo, de gestão de tempo.<br /><br />Um abraço,<br /><br />SeixasJoão Seixashttps://www.blogger.com/profile/04052423966703509557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-65231875268304063252010-04-18T20:23:27.307+01:002010-04-18T20:23:27.307+01:00João,
Como bem sabes, não me arvoro a grande expe...João,<br /><br />Como bem sabes, não me arvoro a grande experiência editorial. As conclusões que retiro são em grande parte por contacto com actuais e antigos leitores de FC, e por opiniões próprias.<br /><br />Não escamoteio a actual crise na publicação de FC, mas, ao contrário de ti, não a vejo provada como inevitável (no que penso o Nuno também terá discordado contigo, daí a minha indicação).<br />Julgo que o antigo público da Argonauta existe, apesar de afastado do género por achar que já não se escreve a FC de Asimov, Clarke, Heinlein, etc. E enquanto não surgir uma nova space opera, vendida assumidamente como herdeira da golden age, duvido que sejam recuperados à leitura do género.<br />Da mesma forma, cá não soubemos repetir o êxito recente dos brasileiros, aliando a republicação dos clássicos a produção nacional nesse registo.<br />Se queres que aponte um possível caminho para fazer vingar a FC, aí tens um que me parece particularmente válido.<br /><br />Outras coisas teria para dizer, mas, o principal, é continuar a não ver uma estratégia visual na venda de livros de FC que ache atractiva. <br />A Viajantes do Tempo teria sido uma boa oportunidade para aferirmos isso, mas, mais uma vez, a imagem escolhida foi mais uma vez demasiado genérica (embora se tenham convencido da sua sofisticação). Talvez esteja na hora de uma imagética mais... básica, tal como é feito na fantasia!<br /><br />Novas audiências, penso que só serão "trabalháveis" a médio prazo; quem sabe repetindo a estratégia da EA, intercalando romances originais com novelizações. Mas estamos já longe dos anos 80, portanto talvez isso já não seja suficiente. Nesse caso, talvez o ovo de colombo seja a science-fantasy como porta de entrada. Neste caso, porque não aproveitar o boom de steampunk?<br /><br />Abraços,<br />RogérioRogério Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/04956844818915808727noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7235388245508274389.post-60832538870366931782010-04-18T19:51:23.985+01:002010-04-18T19:51:23.985+01:00«(...) É minha opinião que a mais recente política...«(...) É minha opinião que a mais recente política editorial da Gailivro tem sido a mais danosa para o panorama do Fantástico nacional, e não apenas da FC. (...) Porque não aposta a Gailivro na boa FC? (...) Censuro a Gailivro por contribuir conscientemente para tornar impossível no curto-médio prazo a vitalidade da FC e do Fantástico em geral, ao substituí-los paulatinamente por derivados que apresenta como tal. (...)»<br /><br />Mais uma vez, João, «obrigado» pela parte que me toca... ;-))<br /><br />... Mas não é só o «Espíritos das Luzes» que tu pareces ignorar ou menosprezar (valha a verdade, porém, que nisso não és, ou foste, o único...) Então e «As Atribulações de Jacques Bonhomme»? «A Guerra é Para os Velhos»? «Infecção»? «Truancy»? «Ar»? «A Invenção de Hugo Cabret»? «Brasi(y)l»? <br /><br />«(...) A política editorial seguida pela Gailivro não apresenta alterações significativas face àquela que seguia antes da aquisição pelo Grupo. (...)»<br /><br />Isto, pura e simplesmente, não é verdade. Digo-to eu, que enviei à editora o «Espíritos...» antes de ela ser adquirida pela LeYa.OCTÁVIO DOS SANTOShttps://www.blogger.com/profile/04030899519489666237noreply@blogger.com